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Climeworks é uma empresa de tecnologia climática que captura o CO2
Climeworks é uma empresa de tecnologia climática que captura o CO2

Microsoft, Stripe e Shopify são oficialmente as primeiras empresas do mundo a pagarem para filtrar suas emissões de dióxido de carbono em um sistema que faz a armazenagem dos gases no subsolo. A tecnologia tem sido implementada pela startup suíça Climeworks, que anunciou na semana passada a conclusão do processo para seu primeiro lote de carbono, e a verificação de terceiros do sistema.

Segundo a climate tech, a tecnologia é inspirada na atividade que árvores e florestas fazem naturalmente ao absorverem e armazenarem o CO2 no solo. O processo tem sido estudado há anos por empresas que buscam formas de compensar suas emissões.

Em 2021, a empresa já havia inaugurado a maior planta de captura direta de ar (DAC, na sigla em inglês) do mundo, chamada Orca. O equipamento filtra o dióxido de carbono do ar ambiente e o armazena no solo. Segundo a companhia, o CO2 é preso permanentemente em formações rochosas de basalto, evitando que o gás de efeito estufa permaneça em nossa atmosfera.

A empresa de auditoria DNV certificou a remoção de carbono para Climeworks após um esforço de anos para o desenvolvimento de critérios que pudessem verificar o processo, como destaca o The Verge. Como se trata de uma tecnologia pioneira, a companhia precisou desenvolver uma metodologia para verificar quanto dióxido de carbono foi retirado da atmosfera, transportado e armazenado permanentemente.

A Climeworks não informou o quanto de CO2 foi capturado no primeiro lote, citando acordos de confidencialidade com os seus clientes. A metodologia agora está disponível publicamente, segundo a empresa, e será usada para verificar futuros “lotes” de carbono.

Limitações da captura de carbono e entusiasmo das big techs

Apesar do processo poder representar um avanço na tecnologia para descarbonização, as técnicas de remoção de carbono do ar ainda são limitadas, como o mostra o The Verge.

A Orca, por exemplo, tem capacidade para capturar apenas 4 mil toneladas anuais, enquanto todos os projetos DAC operacionais do mundo, combinados, podem capturar 0,01 milhão de toneladas métricas de CO2 por ano. Instalações muito maiores e com mais capacidade estão, atualmente, em construção.

Para ambientalistas, o processo também traz preocupações sobre como a adoção de tecnologias de captura de carbono pode acabar afrouxando as ambições de grandes empresas para reduzieram suas emissões.

O The Verge lembra ainda que, apesar das limitações das tecnologias de captura de CO2, as big techs tem sido entusiastas das inovações na área. Em abril do ano passado, grandes empresas americanas - incluindo a Stripe, a Alphabet, a Meta, o Shopify, e a McKinsey - se uniram para criar a Frontier, uma iniciativa voltada para inovação na remoção de carbono.

Um dos objetivos dos projetos na área é tornar o processo de remoção de carbono mais barato. Uma única tonelada de CO2 removida pela Climeworks, por exemplo, custava cerca de US$ 600 (cerca de R$ 3076) para uma empresa como a Microsoft, segundo informou a companhia ao The Verge, em 2021. A empresa não informou os custos atualizados para o serviço.

Para Julie Gosalvez, diretora de marketing da Climeworks, é natural que as grandes empresas de tecnologia tenham sido pioneiras em adotar os serviços da companhia e em embarcarem nas tecnologias de captura de carbono. “Acho que há algumas razões para isso: a primeira é obviamente a afinidade de encontrar a tecnologia como solução para os problemas”, diz ela. “E, segundo, é ter a mente aberta para coisas novas.”

*Com supervisão de Juliana Causin

Fonte:

Júlia Souza* 
Época Negócios

 

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